Em época de regresso às aulas e de pandemia, uma alimentação equilibrada, com probióticos específicos, como os lactobacillus e as bifidobactérias, assim como a suplementação com vitamina D, podem ter “um importante papel na prevenção das infeções respiratórias agudas, muito frequentes na idade pediátrica, sobretudo nos grupos etários mais jovens, imunologicamente imaturos e mais suscetíveis a infeções virais e bacterianas”, alerta a médica Maria Leonor Bento, especialista em Pediatria e Alergologia Infantil do Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

De acordo com a pediatra, as “infeções respiratórias agudas, incluindo as rinofaringites, amigdalites e a otite média aguda de etiologia viral, ou bacteriana, são muito frequentes na idade pediátrica, com uma prevalência que aumenta nos meses mais frios, ou seja, a partir do outono e até ao final do inverno, observando-se um aumento substancial do consumo de antibióticos e um elevado absentismo escolar”.

E explica que este facto se deve, por um lado, “a uma a uma imaturidade imunológica própria da idade e, por outro lado, ao contacto com maior carga de vírus e bactérias nos infantários e nas escolas”. Como 70% das células produtoras de anticorpos residem no nosso intestino, uma das formas mais simples de prevenir as frequentes idas ao médico passa por garantir o bom funcionamento da microbiota intestinal, que desempenha um papel fundamental na defesa do organismo.

Nem todos probióticos têm a mesma capacidade de proteção

Vários trabalhos científicos têm demonstrado que a microbiota intestinal tem um papel importante no aumento dos mecanismos de defesa contra doenças infeciosas, em especial as infeções intestinais e respiratórias”, sublinha a médica do Hospital de Santa Maria. Lembra também que as infeções respiratórias são “uma importante causa de morbilidade na idade pediátrica e que, por vezes, deixam sequelas a nível do aparelho respiratório”. Podem ainda ser um fator precipitante do aparecimento ou agravamento de alergia respiratória, como é o caso da asma brônquica.

Maria Leonor Bento salienta que, “quando existe um desequilíbrio da microbiota intestinal (disbiose) há uma perda da integridade da barreira protetora do intestino”, o que pode desencadear várias patologias, incluindo as infeções respiratórias”. Os
probióticos, que são microrganismos vivos protetores que se encontram naturalmente em alguns alimentos e ou suplementos, contribuem para o equilíbrio da microbiota intestinal e conseguem modular a resposta do sistema imunitário.

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Porém, e no que respeita às infeções respiratórias, nem todos probióticos têm a mesma capacidade de proteção. De acordo com alguns estudos, os Lactobacillus Rhamnosus GG e Bifidobacterium lactis Bb-12 “parecem ser mais eficazes na prevenção das infeções respiratórias agudas e da otite média aguda na idade pediátrica”.

Leite materno é um estimulante imunológico natural

Segundo Maria Leonor Bento, são múltiplos os fatores que influenciam o tipo de flora microbiana intestinal que se desenvolve desde o período neonatal. “O tipo de parto, é um deles, havendo diferenças entre o parto eutócico versus parto por cesariana, no
que respeita ao início da estimulação do sistema imune intestinal, a qual é mais precoce no parto eutócico em que existe um contacto direto da mucosa intestinal do recém-nascido com microrganismos da flora vaginal e intestinal materna através da deglutição das secreções e líquido amniótico”, explica.

O tipo de alimentação desde o nascimento também influencia a microflora intestinal do recém-nascido e do pequeno lactente e, consequentemente, o desenvolvimento do sistema imune local.

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A médica frisa que “o leite materno, para além das suas propriedades nutritivas essenciais ao bom desenvolvimento do lactente, constitui um verdadeiro suplemento e um estímulo imunológico natural”. Isto porque “é rico em anticorpos IgA secretores (IgAs), em células imunologicamente competentes, em probióticos naturais como lactobacillus e bifidobactérias e em prebióticos naturais, que vão favorecer um desenvolvimento adequado do sistema imune da criança desde o seu nascimento, reduzindo o risco infecioso e alérgico”.

Informações adicionais:

Telma Roque

Email: te***@pr**********.pt

FONTEHospital de Santa Maria
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