O ano, para que não haja confusões, é o de 1968. O lugar é a Rua Maria Antônia, na cidade de São Paulo. Pedro e Carol são os dois universitários que vivem uma paixão que se parece com a de Romeu e Julieta. “Se essa rua fosse minha – O Amor Nos Anos De Chumbo”, do brasileiro Marcos Ferraz, é a ferida aberta que se segue na programação da iniciativa “Salvé a Língua de Camões”, que há 15 anos dá a conhecer autores e peças de teatro escritas em Português com diferentes sotaques.
A sessão de leitura dramatizada do texto de Ferraz acontece esta quinta-feira, 25 de abril, pelas 21h30, na Casa do Bosque do Museu da Quinta de Santiago, em Leça da Palmeira – no dia que Portugal comemora o fim de uma história de repressão e censura.
Integrada no programa municipal de comemoração da revolução de 25 de Abril de 1974, a sessão deste mês do projeto “Salvé a Língua de Camões” conta com uma forte componente política. O público poderá participar na leitura da peça, que será dirigida por William Gavião e contará com a presença de Adrika, Catarina Marcos, Fátima Maganinho, Luís Soares, Margarida Magalhães, Ricardo Oliveira, Root Arouca e William Gavião.
Entrecortada por canções que marcam o património musical brasileiro desde a década de 1960, compostas por Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil, entre outros, a peça, estreada em 2011, centra-se no romance de dois universitários de classes sociais e posições políticas diferentes para recordar uma época marcada pela repressão política, pela intolerância e pela ditadura militar. Parece que foi ontem – e que pode voltar a acontecer amanhã.
Dramaturgo e argumentista com trabalho reconhecido por vários prémios, Marcos Ferraz trabalhou em série como “O Sítio do Piacapau Amarelo”. Enquanto dramaturgo, e para além de “Se essa rua fosse minha – O Amor Nos Anos De Chumbo”, vencedora do prestigiado Prémio da Associação Paulista de Críticos de Artes, o autor notabilizou-se por peças como “Lado B – Mudaram as Estações”, “A Sessão da Tarde Ou Você Não Soube Me Amar” ou “A Borboleta Sem Asas”.
Saiba mais sobre o autor, Marcos Ferraz.
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