Os Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica (TSDT) da área de Radiologia – Técnicos de Radiologia – estão preocupados com a exposição radiológica nos Hospitais de Campanha, recentemente instalados, bem como com a carência de Equipamentos Portáteis de Aquisição de Imagem para fazer face aos planos de contingência à COVID-19, nomeadamente, para exames nas áreas de isolamento, e alertam para a importância de aumentar a celeridade da contratação de mais profissionais, garantido a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Estes são alguns dos alertas, que dão forma a uma espécie de “radiografia” das condições no combate ao Covid-19, dados pelas estruturas representativas do setor – Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica (STSS) e a Associação Portuguesa dos Técnicos de Radiologia, Radioterapia e Medicina Nuclear (ATARP).
Um “radiografia” à Covid-19, feita por quem está na linha da frente
Os Técnicos de Radiologia estão na primeira linha de combate ao surto, quer nos Hospitais quer nos Centros de Saúde, assegurando os exames imagiológicos, a par de outros, como forma de diagnóstico aos doentes com suspeita de infeção pela COVID-19, como a Radiografia do Tórax e a Tomografia Computorizada Torácica.
Adicionalmente, continuam a contribuir em exames cuja situação clínica do doente é fundamental e que necessitam de determinados procedimentos, nomeadamente a Ressonância Magnética e procedimentos intraoperatórios, em que estes últimos carecem de apoio radioscópico. Para as entidades, “face à adversidade atual, foram criados planos de contingência e implementadas medidas, de forma estratégica, de modo a assegurar a realidade que vivemos no combate à COVID-19. Desta forma, todos os profissionais tiveram de adaptar-se às mesmas e assegurar de forma conjunta os serviços, encarando esta luta como um desafio. Todos os dias encaram novas regras, orientações e formas de atuar, assegurando todos os doentes em contexto de urgência, doentes oncológicos, que carecem dos exames de diagnóstico para posterior tratamento, e doentes internados. No entanto, é necessário garantir pessoas e meios”. Reforçando, “no contexto atual, a equipa deve manter as competências e as suas funções, fortificando os cuidados acrescidos, os equipamentos de proteção individual, a responsabilidade amplificada e o rigor nos circuitos criados no combate à COVID-19. Apesar do medo, da ansiedade e do stress fazerem parte da rotina, a cooperação e o espírito de equipa são indispensáveis para enfrentar esta luta de forma conjunta”.
Hospitais de campanha sem proteção radiológica
Acreditando que é possível combater a pandemia sem descurar as boas práticas radiológicas, as estruturas do setor receiam que nos Hospitais de Campanha, instalados para o combate à Covid-19, nem sempre estejam garantidas as medidas necessárias para a proteção radiológica quer dos profissionais, quer dos utentes. “A radiação ionizante não é inócua e tememos que, fruto das caraterísticas das próprias estruturas provisórias, a exposição à radiação não esteja controlada”. Salientando, “a grande preocupação, neste momento, é o combate à pandemia. Contudo, tendo consciência de que se trata de radiação com efeitos prejudiciais na saúde das pessoas, cabe-nos alertar e reforçar a importância de medidas adicionais de monitorização individual e responsabilização dos profissionais, de alerta das instituições hospitalares e da tutela. Importante realçar as competências e responsabilidades que Técnicos de Radiologia possuem nos aspetos práticos, otimização de procedimentos e proteção e segurança radiológica, que devem ser valorizadas e rentabilizadas, sobretudo em situações como esta.”
Como pode o Covid-19 afetar os pulmões?
No vídeo que se segue, realizado pelos Técnicos de Radiologia do Centro Hospitalar Universitário do Porto, é possível ver imagens reais de como a Covid-19 pode afetar os pulmões. Este é mais alerta para que as pessoas fiquem em casa, sempre que possível.
Quem são os Técnicos de Radiologia?
Os Técnicos de Radiologia são profissionais de saúde que englobam as equipas multidisciplinares que realizam, diariamente, exames complementares de diagnóstico fundamentais, na medida em que suplementam o historial clínico dos doentes e, deste modo, confirmam um possível diagnóstico e orientam o posterior tratamento. São profissionais altamente qualificados e diferenciados, que realizam os exames utilizando técnicas e normas de proteção e segurança radiológica no manuseamento de radiações ionizantes e não ionizantes.
Presidente da ATARP
Altino Cunha – T. 936 431 190
Presidente do STSS
Luís Dupont – T. 963 018 046
Para mais informações
Teresa Juncal Pires | 910 945 790 | te***************@es**************.pt