Estranho Inverno este que entra pela Primavera dentro e coloca a vida em pausa. O culpado é o Covid-19, estirpe de coronavírus que surgiu na China e tem alastrado rapidamente a todo o mundo. As respostas dos países a este surto são variadas. Estados de emergência decretados, confinamento obrigatório (com pesadas multas para os infratores), fronteiras fechadas, novas regras de entradas e saídas de cada país ou vistos invalidados, são algumas das armas que os estados estão a utilizar para tentarem travar esta calamidade.
Uma das facetas da vida contemporânea que ficam em suspenso são as viagens, com claro prejuízo não só para quem viaja, como para todas as atividades económicas que giram na sua órbitra. Para se ter uma ideia, de acordo com os dados do I.N.E. (Instituto Nacional de Estatística), no segundo trimestre de 2019 realizaram-se um total de 5,6 milhões de viagens, um valor que, segundo o instituto se deveu em larga medida ao período pascal e que representou uma subida de 18% face ao mesmo período de 2018.
Na sua larga maioria, esta percentagem representará, este ano, não um ganho, mas uma perda que poderá colocar em causa a viabilidade económica de muitos negócios e atirar para o oblívio muitos mais.
No entanto, há uma pergunta que fica no ar.
Em período de quarentena é permitido viajar?
A resposta é sim, mas com algumas notas importantes. A DGS (Direção Geral de Saúde) recomenda que se informe, antes de viajar, sobre a atual situação do Covid-19 no país de destino da viagem e, caso decida efetuar a mesma, deve seguir as recomendações das autoridades de saúde locais.
Adicionalmente, aconselha-se ainda que os viajantes registem as suas viagens na aplicação do Portal das Comunidades Portuguesas, no separador “Registo Viajante”. Siga à risca as recomendações das autoridades competentes como é o caso da DGS e mantenha-se informado através dos meios de comunicação social oficiais.
Fique connosco enquanto o guiamos pelas recomendações a que deve prestar atenção para viajar em segurança.
Dicas de prevenção do Covid-19
Contextualização
O Covid-19 é o nome oficial, atribuído pela Organização Mundial da Saúde, à doença provocada por um novo coronavírus (SARS-COV-2), que pode causar infeção respiratória grave como a pneumonia. Este vírus foi identificado pela primeira vez em humanos, no final de 2019, na cidade chinesa de Wuhan, província de Hubei, tendo sido confirmados casos em outros países.
Os coronavírus são um grupo de vírus que podem causar infeções nas pessoas e estão, normalmente, associadas ao sistema respiratório, podendo ser parecidas com uma gripe comum ou evoluir para uma doença mais grave, como pneumonia. O período de incubação estimado do Covid-19 (até ao aparecimento de sintomas) é de 2 a 14 dias.
Este vírus pode transmitir-se por gotículas respiratórias (pesadas e de curto alcance), contacto direto com secreções infetadas e aerossóis em alguns procedimentos terapêuticos que os produzem (por exemplo as nebulizações). A contaminação pessoa a pessoa poderá ocorrer pelo contacto próximo (tosse, espirro ou fala até 1 metro de distância) com alguém portador de Covid-19. A contaminação também poderá surgir através do contacto com uma superfície ou objeto infetado com o vírus se, em seguida, existir contacto com a boca, nariz ou olhos. Em relação à transmissão através dos animais domésticos, a Organização Mundial da Saúde informa de que não há evidência de que animais domésticos tenham sido infetados e que, consequentemente, possam transmitir o Covid-19.
Uma outra questão de relevância prende-se com a confusão generalizada que grassa nos meios de comunicação social quanto às expressões “taxa de letalidade” e “taxa de mortalidade”. Enquanto a taxa de letalidade se calcula tendo por base o número de mortos em função dos infetados, a taxa de mortalidade tem por base o número de mortos em função da população total de uma região, país ou do mundo. Enquanto a primeira varia entre os 0,6%, em países como a Coreia do Sul e os 3,6% da a China, a segunda é, como se pode compreender pelos números já avançados, extremamente baixa e só poderá ser calculada com precisão no final da epidemia.
Para além do desconhecimento geral em relação a este novo coronavírus e à falta de vacinas, outro dos grandes problemas com o Covid-19 é a sua taxa de propagação. Esta tem-se revelado muito maior do que a dos seus “parentes” coronavírus como a SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave) ou o MERS (Síndrome Respiratória do Oriente Médio – Middle East Respiratory Syndrome). De relembrar que este último apresentou, em 2012, taxas de letalidade entre 20% e 40%.
Prevenção do Coronavírus
Se não estiver doente, pode esquecer as máscaras. As máscaras são só para quem está doente (e não só de Covid-19) e para profissionais de saúde que contactam diretamente com os doentes. Usá-la pode fornecer-nos uma falsa sensação de conforto mental, mas não nos protege. A DGS recomenda lavar bem as mãos com frequência com água e sabão, durante pelo menos 20 segundos, e evitar tocar nos olhos, nariz e boca caso não o faça. No caso de não ser possível lavar as mãos, use um desinfetante à base de álcool.
Para além disto, deve evitar o contacto direto com pessoas doentes. As autoridades competentes alertam para uma distância de segurança de 1m a 2m. Nada de abraços nem beijos. Também não deve espirrar ou tossir para as mãos. Espirrar ou tossir só para um lenço descartável, que deve ser deitado imediatamente ao lixo, ou, alternativamente, para o cotovelo.
Prevenção do Covid-19 – Recomendações para os viajantes
- Antes de tudo o mais, informe-se através da consulta, entre outros, dos sites da OMS – Organização Mundial de Saúde, da DGS ou do CDC (Centre of Disease Control and Prevention).
- Se não tem um plano de viagem delineado, faça pelo menos um esboço dos sítios onde provavelmente irá passar. Aponte os contactos de emergência desse país, bem como as moradas das embaixadas ou consulados relevantes.
- Pode acontecer que o seu itinerário seja abruptamente alterado devido à suspensão / alteração dos meios de transporte, atividades ou mesmo dos alojamentos. Antes de partir de viagem, deve estar atento às rotas e regras de entrada e saída em cada país – pode consultar a lista atualizada no site da IATA.
- Viagens reservadas através dos sites de reservas “baratos” podem significar que não terá direito a reembolso, dado as compras aqui, muitas vezes, não estarem cobertas por um seguro/políticas de cancelamento. Nestas situações, tente reaver o valor junto das companhias de seguro de viagem, ou através do seguro do cartão de crédito com que fizer a compra.
- Se em caso de seguros de viagem já vimos que deve tomar uma atenção especial, no caso dos seguros de saúde os cuidados devem ser triplicados. Normalmente, não estará coberto pelo seguro. Contudo, algumas seguradoras abrem uma exceção quando estão em questão doenças graves como cancro ou doenças altamente contagiosas, mas cada apólice e caso são únicos.
- Para além dos seguros tradicionais, existem seguros de viagem e saúde que podem ser contratualizados aquando da aquisição de cartões de crédito. Se é detentor, ou pensa contratualizar, um cartão de crédito para financiar a sua viagem, saiba que soluções como os cartões de crédito Unibanco, com o cartão de crédito Life à cabeça, oferecem pacotes de seguros (viagem e/ou saúde) aos seus clientes aquando da sua compra.
- Faça uso do seu bom senso. Se não se sentir confortável, não vá. Se existirem muitas restrições de viagem para o seu destino, não vá. Porém, se ainda falta muito tempo para a sua viagem, aguarde pacientemente que as medidas de mitigação da pandemia surtam efeito.
- No avião, são considerados contactos próximos todos os passageiros nas seguintes condições:
a) 2 lugares à esquerda e à direita do doente
b) 2 lugares nas duas filas seguidas à frente e atrás do doente
c) os companheiros de viagem do doente
d) pessoas que prestaram cuidados diretos ao doente
e) os tripulantes a bordo que serviram o espaço do doente
f) no caso de o doente apresentar sintomatologia grave ou se ter movimentado dentro da aeronave, devem ser consideras todas as pessoas como contacto próximo.
- Num navio, são considerados contactos próximos a bordo as pessoas que:
a) tenham tido contacto direto com o doente (por exemplo: familiares, companheiros de viagem (cabine)
b) prestaram auxílio ao doente
- Caso tenha sintomas (febre igual ou superior a 38ºC, tosse ou dificuldades respiratórias) ou tenha estado em contacto com alguém doente contacte imediatamente o número de serviço de saúde do país em questão e a sua seguradora. Caso o contágio tenha sido positivo, deve contactar de imediato a Embaixada ou Consulado português do país em que se encontra – estas informações devem ser agrupadas antes do início da sua viagem e podem ser encontradas no site do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
- Se nos 14 dias após regressar de um país afetado tiver tosse, dificuldade em respirar ou febre igual ou superior a 38ºC deve ligar para a linha Saúde24 (tlf: 808 24 24 24).