“Teorema do Silêncio” em cena no Museu da Quinta de Santiago

“Teorema do Silêncio”, a peça do cabo-verdiano Caplan Alves, estará em foco na primeira sessão de 2019 do programa “Salvé a Língua de Camões”, na Casa do Bosque do Museu da Quinta de Santiago (Leça da Palmeira), no dia 28, às 21h30. Descrito como “um murro no estômago”, o trabalho trata o tema universal do abuso sexual de menores, problematizando-o com recurso a uma situação limite...

Teorema do Silencio
Caplan Alves, autor do "Teorema do Silencio"

Um homem agoniza no chão e pede a uma mulher que chame uma ambulância. Ela hesita, lembrando-se que aquele que lhe chama “cabrita idiota” é o professor de Matemática que outrora a agrediu sexualmente. “Teorema do Silêncio”, a peça do cabo-verdiano Caplan Alves que estará em foco na primeira sessão de 2019 do programa “Salvé a Língua de Camões”, caminha na corda-bamba entre a ética e a justiça, entre o perdão e o castigo.

Estreada em 2012 e objeto de uma reposição em 2017, a peça “Teorema do Silêncio” conquistou vários prémios de dramaturgia e foi encenada pelo prestigiado grupo de teatro do Centro Cultural Português do Mindelo, de Cabo Verde, tendo também passado por festivais no Brasil. Chega agora a Portugal para uma leitura encenada a cargo dos atores Duarte Moreno e Margarida Magalhães, que darão voz à tensão que a eminência da morte empresta até aos assuntos indizíveis.

“Teorema do Silêncio” na Casa do Bosque, dia 28

A sessão terá lugar, como é hábito, na Casa do Bosque do Museu da Quinta de Santiago, em Leça da Palmeira, no dia 28, pelas 21h30, assinalando o regresso, após a pausa de Inverno, de um dos mais persistentes eventos de promoção e divulgação das dramaturgias dos países de língua portuguesa.

O projeto da Companhia de Teatro Reator e da Câmara Municipal de Matosinhos decorre ininterruptamente há 15 anos e já deu a conhecer dezenas de autores e de peças de teatro escritas em Português com os mais variados sotaques.

Descrito como “um murro no estômago”, este “Teorema do Silêncio” trata o tema universal do abuso sexual de menores, problematizando-o com recurso a uma situação limite, em torno do fantasma de um perdão que jamais foi negado, porque jamais foi (ou poderia ser) pedido.

 

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FONTECâmara Municipal de Matosinhos
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