Num contexto em que os cidadãos estão a questionar mais o “porquê” de alguns aspetos do seu trabalho e face à crescente competição mundial pelos profissionais no mercado, a retenção de talento tem vindo a ganhar cada vez mais importância junto das empresas em Portugal.
Para reter talentos, cada vez mais empresas reconhecem que é urgente e importante o diálogo entre trabalhadores e líderes, por isso têm vindo a colocar em prática programas e medidas que visam o bem-estar dos seus colaboradores, de forma a diminuir a “perceção generalizada de desalinhamento” entre o que valorizam os trabalhadores e o que é a proposta de valor dos empregadores, como referido no estudo Great Attrition or Great Attraction? The choice is yours (McKinsey Quarterly, 2021).
Políticas de retenção de talento são vistas de forma positiva
A maioria dos portugueses reconhece estas iniciativas e avalia positivamente (90%) as que são levadas a cabo pelo seu empregador para reter talento. No entanto, apenas 12% consideram que a prática de retenção de talento da sua empresa é muito boa. Estas são algumas das conclusões do estudo “Desenvolvimento Humano, fator chave para o sucesso de Portugal”, realizado pelo Cetelem – marca comercial do BNP Paribas Personal Finance.
O desenvolvimento de competências, os planos de desenvolvimento de carreira e a promoção de equilíbrio entre a vida pessoal e profissional estão entre as iniciativas de retenção mais valorizadas pelos portugueses. Também os programas de reconhecimento do mérito ou a promoção de feedback são exemplos de iniciativas apreciadas. A par destas e dos rendimentos, são destacados como importantes a atribuição de benefícios (40%) ou a flexibilidade de horário (38%).
No que respeita a benefícios, o acesso a refeitório (33%), dias de férias extra além dos definidos por lei (31%) e os Planos ou Seguros de saúde (20%) estão no topo da preferência dos portugueses como as vantagens laborais mais valorizadas além do salário.
Portugueses são felizes no seu local de trabalho?
A grande maioria dos entrevistados diz ter condições para desenvolver o seu trabalho. Em média, 8 em 10 sabem o que a empresa espera deles, 8 consideram que são tratados com respeito e 7 em cada 10 dizem ter oportunidade de fazer o que melhor sabem. Apesar de uma diferença reduzida, os inquiridos mais jovens (18-24 anos) são quem apresenta uma avaliação menos elevada nestes parâmetros.
50% dos inquiridos dizem que se sentem felizes no seu ambiente de trabalho e manifestam uma maior satisfação em relação a Liderança (48%), Regime de Trabalho (47%), Oportunidades de Formação (44%) ou Democracia Interna (44%).
54% dos portugueses indicam igualmente sentirem-se valorizados nos empregos, mas apontam que a remuneração não é adequada. Por outro lado, 24% afirmam não se sentirem valorizados nem remunerados justamente e apenas 18% dos portugueses referem que são devidamente valorizados e remunerados.
Já no que respeita a regime de trabalho, quem, entre os inquiridos, tem a possibilidade de exercer a sua atividade profissional em teletrabalho (75%) ou em regime misto ou híbrido (82%), prefere estes regimes face ao presencial. Uma preferência que cada vez mais empresas têm em conta, como mostram os dados oficiais. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), no segundo trimestre de 2023, os níveis de teletrabalho permaneceram próximos da pandemia, com mais de 908 mil a trabalharem total ou parcialmente a partir de casa, o que corresponde a 18,3% da população empregada.
A importância da (re)integração dos seniores no mercado de trabalho
Estas alterações profundas na forma como trabalhamos e nos relacionamos nas empresas levam a que os portugueses valorizem igualmente que as empresas façam refletir nas suas estruturas a diversidade da sociedade onde estão inseridas.
Neste âmbito, cerca de 50% dos portugueses concordam totalmente com a necessidade de valorizar toda a vida ativa dos trabalhadores. No entanto, 41% dos inquiridos discorda totalmente da facilidade de reintegração de seniores no mercado de trabalho.
No que respeita à manutenção no emprego, 33% dos inquiridos acreditam que os mais seniores têm facilidade em manterem o seu emprego, enquanto 29% dos inquiridos não concordam com esta afirmação.
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ATREVIA – 21 324 0227
Inês Albino –
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