As 26 novas candidaturas aos Projetos Mobilizadores destinam-se ao desenvolvimento de novos produtos, serviços e processos com elevado impacto nas cadeias de valor de setores prioritários para a economia. A dotação orçamental para a segunda edição desta medida de apoio à I&D colaborativa, gerida pela Agência Nacional de Inovação (ANI), cujo prazo de candidaturas terminou a 9 de agosto, é de 77 Milhões de Euros (M€).
No total, os 518 promotores envolvidos, uma média de 20 por projeto, esperam investir 211,7 M€, requerendo incentivos no valor de 134,8 M€. Mais de 54% das entidades participantes são empresas, a maioria das quais (44%) Pequenas e Médias Empresas, 20,7% são Entidades do Ensino Superior, 18,5% são Centros de Interface e 1,4% são Laboratórios Colaborativos. Esta distribuição demonstra, aliás, a relação cada vez mais estreita entre entidades de investigação científica e tecnológica e empresas através de projetos que envolvem equipas multidisciplinares.
Das 26 candidaturas aos Projetos Mobilizadores, 17 visam criar soluções na área das Tecnologias de Informação e Comunicação e 12 indicam mesmo esta como a sua principal área de atuação. Seguem-se a área da Tecnologia dos Materiais, com 11 candidaturas, e a da Automação e Robótica, com 8. As outras duas áreas tecnológicas de maior incidência são a Eletrónica e Instrumentação e a Energia, com 7 e 6 candidaturas cada.
Do total de investimento necessário para desenvolver os 26 projetos candidatos, mais de metade (117,6 M€, correspondentes a 55,6%) localiza-se no norte do país. Cerca de 23,5% destinam-se ao desenvolvimento de novos produtos, serviços e processos no centro de Portugal; 17,5% em Lisboa; e os restantes 3,4% no sul.
14 Projetos Mobilizadores em curso
Atualmente, são 14 os Projetos Mobilizadores em curso. Envolvendo um investimento público de 71,2 M€, estes projetos pretendem estimular a transferência de conhecimento para o mercado em áreas como a indústria 4.0, o agroalimentar, calçado e telecomunicações e abrangem consórcios com um total de 375 promotores, numa média de 16 empresas e 10 entidades não empresariais cada, que concorreram a este apoio no final de 2016.
Um projeto português de Investigação & Desenvolvimento (I&D) na área dos media, o desenvolvimento do primeiro satélite português totalmente concebido e construído em Portugal, soluções para a Indústria de Futuro ou a implementação do 5G no nosso país são alguns dos 14 Projetos Mobilizadores em curso.
Em comum, estes projetos têm como objetivo a criação de impactos significativos a nível multissectorial, nomeadamente permitindo a endogeneização e exploração das tecnologias desenvolvidas.
O investimento total envolvido na execução desta medida de apoio à I&D gerida pela ANI e financiada pelo Portugal 2020 ascende a 108 M€. Entre os copromotores contam-se 230 empresas e 145 entidades não empresariais.
“O concurso de Projetos Mobilizadores de 2016 mostrou-nos que uma grande quantidade de entidades portuguesas, empresariais e não empresariais, está a colaborar em projetos multidisciplinares para dinamizar iniciativas que têm um efeito muito importante na valorização e diferenciação de setores estratégicos da economia nacional. Esta colaboração de especialistas oriundos de diferentes entidades de um mesmo setor é fundamental para gerar massa crítica e valor acrescentado, com real impacto na competitividade e internacionalização da economia”, afirma Eduardo Maldonado, presidente da ANI. Um cenário que se repete com o processo aberto em 2019.
Indústria, TIC, setor agroalimentar e de moda e calçado mobilizam economia
Fileiras da economia nacional como Cluster do Calçado e Moda, Cluster do Mar Português, Cluster Têxtil: Tecnologia e Moda, Engineering & Tooling Cluster, Health Cluster Portugal, MOBINOV | Cluster Automóvel Portugal, PRODUTECH – Pólo das Tecnologias de Produção e TICE.PT estão entre as entidades participantes dos consórcios dos projetos mobilizadores em curso.
Entre os 14 projetos em curso, cinco dizem respeito ao desenvolvimento de tecnologias industriais rumo à Indústria 4.0 e visam importantes evoluções em automação, robótica ou inteligência artificial. São eles: PRODUTECH SIF, INOVSTONE 4.0, Add.Aditive, On-Surf e TOOLING4G. Beneficiarão setores como moldes e plásticos, automóvel, aeronáutica, saúde, eletrónica e pedra.
Quatro mobilizadores inserem-se na vertente das Tecnologias de Informação e Comunicação, nomeadamente: 5G, INFANTE, OceanTech e CHIC. São projetos que têm como missão desenvolver tecnologias digitais, sistemas de comunicações, tecnologias de virtualização ou exploração das oportunidades proporcionadas pela Internet das Coisas (IoT).
Projetos Mobilizadores também na criação de novas soluções para a valorização de resíduos de produção
Soluções inovadoras para criação de novos produtos alimentares, utilização eficiente de recursos, criação de embalagens sustentáveis ou qualidade e segurança alimentar são propostas por três dos mobilizadores, os quais se inserem no âmbito das tecnologias agroalimentares e biotecnologia. No essencial, os projetos MOFOOD, VALORMAR e ValorNatural visam a valorização dos recursos marinhos articulando aquacultura, indústria alimentar, biomédica, farmacêutica e cosmética; o desenvolvimento de ingredientes naturais conservantes, corantes, aromas e bioativos como alternativas aos sintéticos; e a promoção de novas estratégias de crescimento da indústria alimentar nacional baseadas na inovação tecnológica e científica.
Por último, dois são projetos estruturantes dos clusters do têxtil e do calçado. FAMEST e TexBoost têm como missão a criação de novos materiais, novos conceitos e de soluções para a valorização de resíduos de produção. Continuar a apostar na inovação dos produtos portugueses destes setores, incrementando a sua internacionalização, é o objetivo principal destas indústrias que se têm vindo a tornar competitivas no mercado global graças a uma estratégia de valorização da qualidade e inovação nacional.
Informações adicionais para órgãos de comunicação social:
MARLENE SILVA – PURE
TM. 910 520 325 | ma***********@pu**.pt | Skype: marlenesilva.pure