Por via do benefício fiscal SIFIDE, as empresas que apostem em Investigação e Desenvolvimento (I&D), designadamente através de projetos de conceção ecológica de produto (ecodesign), podem ver consideradas as suas despesas em 120% nas deduções à coleta do IRC. No entanto 99% das empresas que se candidata a este benefício não o faz. Esta foi uma das principais conclusões do webinar “Ecodesign e o SIFIDE: um aliado para empresas sustentáveis” dinamizado pela Aliados Consulting, em parceria com o INEGI.
João Pedro Pinto, Partner na Aliados Consulting, lamenta que “seja ainda uma majoração pouco aproveitada pelas empresas e por projetos com elevado potencial para o fazer”, acreditando que na sua base estará “um forte desconhecimento da interligação destas duas realidades: ecodesign e SIFIDE”. “Acreditamos quem possam vir a existir benefícios fiscais para a circularidade e para a sustentabilidade em Portugal, tal como já acontece noutras países da Europa, no entanto, enquanto ainda não é uma realidade podemos usar o SIFIDE e esta majoração associada ao Ecodesign como incentivo para que as empresas possam investir em circularidade” ressalva.
Neste webinar foi abordado o ecodesign como uma estratégia essencial para empresas sustentáveis, esclarecendo conceitos e princípios do ecodesign e os seus benefícios para as empresas (redução de custos, aumento da competitividade e contribuição para um futuro mais próspero), e o SIFIDE como uma oportunidade para empresas que investem em circularidade.
Na sua intervenção, Viviana Correia Pinto, Head of Circular Economy no INEGI reforçou que “o ecodesign deve ser pensado para todo o processo de desenvolvimento e para todo do ciclo de vida do produto. Com uma abordagem consistente deve ser aplicado não só a novos produtos, mas também a produtos já existentes no mercado”. Deixando o alerta que, de acordo com o Plano Economico Europeu, 80% dos impactos ambientais são determinados na fase de projeto do produto e que o ecodesign pode ajudar a mitigar esta realidade. “É necessário pensar estrategicamente não só o meu negócio, mas toda a cadeia de valor” salienta.
Opinião reforçada por Cristiana Ribeiro, Project Manager na Smart Waste Portugal e Pacto Português para os Plásticos que destaca a importância da colaboração, da cooperação e do trabalho em rede de toda a cadeia de valor. “No caso do Pacto Português para os Plásticos, pelo facto de estar reunida toda a cadeia de valor dos plásticos em Portugal este processo é facilitado”. Entre as várias ações e projetos levados a cabo destacou o “Golden Design Rules”, um conjunto de 9 regras simples, universais e impactantes que têm como objetivo acelerar a transição para uma economia circular dos plásticos.
Setores como têxtil, calçado, energia, eletrónica foram alguns dos destacados pelo impacto gerado e pelos casos de sucesso que apresentam. Casos de sucesso esses que só o serão se existir uma verdadeira mudança de mentalidades de todo o setor empresarial e a todos os níveis do negócio: desde a investigação até à recuperação após o fim de ciclo.
Apresentação de projetos de ecodesign ao SIFIDE é residual face à realidade da indústria nacional
“O ecodesign, enquanto modelo de conceção de produtos e serviços que integra princípios ecológicos em todo o seu ciclo de vida, assume um papel fundamental na promoção da redução do impacto ambiental das empresas. Neste contexto, o SIFIDE surge como um instrumento crucial para impulsionar a transição para uma indústria mais circular, sendo que tem passado despercebido à grande maioria das empresas a possibilidade de otimizar a sua candidatura a este benefício fiscal por esta via” destaca João Pedro Pinto, Partner na Aliados Consulting.
Com candidaturas a decorrer até 31 de maio, o SIFIDE, que representou, em 2022, uma renúncia fiscal de 521,2 milhões de euros, tem como objetivo aumentar a competitividade das empresas inovadoras através da dedução à coleta do IRC de uma percentagem das respetivas despesas de I&D – Investigação e Desenvolvimento.
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