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Contaminação por PFAS: investigadores coordenam projeto para mitigar riscos ambientais e para a saúde humana

Substâncias químicas sintéticas representam uma crescente preocupação na Europa devido à sua persistência no ecossistema. As PFAS contaminam as águas subterrâneas, as águas superficiais e o solo.  Se as libertações persistirem, continuarão a acumular-se no ambiente, na água potável e nos alimentos.

Contaminação por PFAS: substâncias estão presentes em diversos produtos de consumo, desde panelas antiaderentes, a roupas ou cosméticos

A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade NOVA de Lisboa | NOVA FCT anuncia a coordenação do projeto ALERT-PFAS, que tem como principal objetivo desenhar e implementar uma estratégia transnacional para detetar, prevenir e mitigar a contaminação por PFAS nos espaços naturais do Sudoeste da Europa.

As PFAS são substâncias químicas (perfluoroalquilas e polifluoroalquilas), altamente poluentes, que estão presentes em diversos produtos de consumo, desde panelas antiaderentes, a roupas ou cosméticos. A presença de PFAS nos ecossistemas naturais acarreta sérios riscos, dado que se trata de substâncias que representam um risco para a biodiversidade e saúde humana, contribuindo também para as alterações climáticas ao poluírem o ar, o solo e a água.

A investigação e o desenvolvimento do projeto coordenado pela NOVA FCT visa oferecer uma solução inovadora que permitirá detetar e monitorizar as PFAS em tempo real, prevenindo assim a sua acumulação e dispersão no ambiente. Neste projeto, serão realizadas várias ações piloto em parques naturais e áreas protegidas em Portugal, Espanha e França, especialmente aquelas afetadas por incêndios recentes.

O ALERT-PFAS concentra-se na implementação de tecnologias avançadas, como sensores óticos, processos de adsorção e degradação, materiais poliméricos, nanotecnologia e inteligência artificial. Adicionalmente, visa também formar e sensibilizar todos os intervenientes na cadeia de valor, incluindo a população local. Porque urge mitigar a contaminação por PFAS.

Estudo da contaminação por PFAS reúne 12 parceiros e três países

Co-financiado pelo programa de cooperação Interreg Sudoe, o ALERT-PFAS tem um orçamento de €1.845.945,00, sendo 75% cofinanciado pela União Europeia através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER). O projeto reúne especialistas do sistema científico, centros de tecnologia, entidades públicas, fundações especializadas em transferência de conhecimento e uma entidade pública com competências em combate a incêndios e resgate, contando também com o apoio de 12 parceiros associados dos 3 países.

O ALERT-PFAS é composto por dez entidades: NOVA FCT e Instituto de Telecomunicações (em Portugal); Fundación Empresa Universidad Gallega, Principado de Asturias, CETaqua, Universidad de Vigo e Fundación General de la Universidad de Burgos (em Espanha); Université Clermont Auvergne, Centre National de la Recherche Scientifique e Service Départemental d’Incendie et de Secours de l’Hérault Parc de Bel Air (França).

O que são os PFAS e quais os riscos para o ambiente e saúde humana?

As substâncias perfluoroalquilas e polifluoroalquilas (PFAS) representam uma crescente preocupação na Europa devido à sua persistência no ambiente e ao seu potencial impacto prejudicial na saúde humana e no ecossistema. Com mais de 4.700 produtos químicos nesta categoria, as PFAS acumulam-se ao longo do tempo em humanos e no ambiente. A maioria é considerada moderadamente a altamente tóxica, especialmente para o desenvolvimento das crianças.

Atividades de monitorização nacional detetaram a presença de PFAS no ambiente em toda a Europa, e a produção e uso destes compostos em produtos resultaram na contaminação dos abastecimentos de água potável em vários países europeus. Em áreas altamente poluídas, as concentrações de PFAS na água potável excederam o valor limite proposto para PFAS individuais na Diretiva Europeia sobre Água Potável de 2018.

As PFAS de cadeia longa acumulam-se em humanos, animais e sedimentos/solos, enquanto as PFAS de cadeia curta acumulam-se no ambiente devido à sua persistência e alta mobilidade no ar e água. Uma avaliação (o Projeto Poluição Eterna) concluiu que uma considerável proporção da população europeia poderia exceder a ingestão semanal tolerável devido à exposição as PFAS através de alimentos e água potável.

Por sua vez, os custos para a sociedade decorrentes da exposição e contaminação por PFAS são elevados, com custos de saúde anuais estimados entre 52 a 84 mil milhões de euros em toda a Europa, de acordo com um estudo recente (o Projeto Poluição Eterna).

Gabinete de Imprensa:

Cátia Gil

PR Senior Consultant – CORPCOM

T: +351 213026150

Email: catia.gil@corpcom.pt 

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