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Cinema português sofreu grande impacto com a pandemia COVID-19

Inquérito aos associados da APC revela que cerca de 80% dos profissionais ficaram sem qualquer tipo de retribuição.

Cinema português e audiovisual emprega direta e indiretamente mais de 20.000 profissionais

A Academia Portuguesa de Cinema (APC) entregou esta semana à Presidência da República, à Secretaria de Estado da Cultura e ao ICA- Instituto do Cinema e Audiovisual um documento que sintetiza os resultados de um inquérito enviado aos seus associados, sobre o impacto da pandemia do Covid 19 no cinema português.

De acordo com a sondagem feita, a generalidade dos inquiridos confirmou que tinha suspendido as rodagens e cerca de 30 % não sabe se voltará a rodar. Por outro lado, 80% dos profissionais confirmaram ter a sua retribuição baseada em recibos verdes (65%) ou similares (15%), não podendo por isso recorrer a nenhum dos apoios definidos pelo Governo, até à data.  Quanto ao regresso à atividade, depois de passada a pandemia, apenas 57% confirma que planeia regressar. Os restantes não sabem se regressam e há mesmo 3% a informar que deixarão de exercer atividade neste setor.

Na audiência concedida pelo Presidente da República ao Presidente da APC, na passada segunda feira, Paulo Trancoso manifestou “profunda preocupação quanto ao futuro do cinema português, caso não sejam acauteladas de imediato medidas de contingência que assegurem a sobrevivência económica individual e financeira das empresas e dos seus colaboradores”.

Três propostas para a atual condição do cinema português

As medidas propostas pela APC assentam essencialmente em três pilares:

  1. Definição imediata de um Plano de Emergência que assegure a sobrevivência dos profissionais do cinema e audiovisual, para o qual a Academia Portuguesa de Cinema se disponibiliza a colaborar.
  2. Concurso relâmpago com verbas para iniciativas online, e de burocracia mínima.
  3. Regresso às rodagens com equipas reduzidas e cuidados sanitários máximos.

O seu impacto dependerá evidentemente da abertura gradual das salas de espetáculo, salvaguardando os cuidados sanitários necessários.

O setor do cinema português e do audiovisual emprega direta e indiretamente mais de 20.000 profissionais, entre atores, realizadores, guionistas, argumentistas, técnicos de luz e som, e muitos outros.

Nos últimos anos tem vindo a afirmar-se no plano internacional, sendo já inúmeros os atores e realizadores portugueses com carreiras internacionais de sucesso.

O cinema português é também responsável por divulgar e preservar grande parte do património histórico e cultural do nosso país. Por isso o Presidente da APC considera “indispensável que o governo português acautele de imediato medidas de contingência que assegurem a sobrevivência do setor, mostrando total disponibilidade da Academia para colaborar na gestão da implementação das mesmas.”

Consulte aqui os resultados do inquérito.

ACP lança Manifesto “Temos os nossos filmes, temos as nossas séries, temos as nossas histórias”

Entretanto, a Academia Portuguesa de Cinema lançou o Manifesto “Temos os nossos filmes, temos as nossas séries, temos as nossas histórias”, com um apelo ao público para ficar em casa e aproveitar para ver cinema, designadamente cinema português.

Protagonizado pelos atores Maria João Bastos e Joaquim de Almeida, o Manifesto é animado com imagens dos filmes candidatos aos Prémios Sophia 2020.

Para mais informações contacte o Gabinete de Imprensa da Academia Portuguesa de Cinema:

Ana Mendão Costa / ana.costa@jervispereira.pt / 21 391 66 04 / 96 836 9253

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